Consórcio ou financiamento: entenda a diferença e qual é o melhor para você

Por: Ariane Terrinha em 11/06/2021
mulher em dúvida

É muito comum que as pessoas fiquem em dúvida diante da necessidade de escolher entre consórcio ou financiamento.

Apesar de ambos serem formas de pagamento bastante populares no Brasil, cada um guarda particularidades, que devem ser consideradas antes de assinar o contrato.

Consórcio ou financiamento: qual a diferença?

Quem opta por fazer um consórcio ou financiamento deve ter em mente que pagará mais para obter um determinado bem do que se fizesse o pagamento à vista.

Isso porque são cobrados juros ou taxas de administração nesse tipo de operação, que é bastante utilizada por quem deseja comprar um imóvel ou um veículo.

A principal diferença entre consórcio e financiamento está no tempo que você pode levar para ter o bem que pretende em mãos.

Enquanto no financiamento é possível ter acesso quase que imediato a esse bem, no consórcio isso pode demorar um pouco mais e você ainda precisará contar com a sorte em muitos casos.

Entender como esses dois tipos de operação funcionam é importante para que você possa fazer a sua escolha, por isso, vamos entrar em mais detalhes a seguir.

Como funcionam?

Financiamentos e consórcios possuem mecânicas de funcionamento distintas.

Enquanto o financiamento funciona como uma espécie de empréstimo, em que você paga juros sobre o valor da operação, o consórcio não tem juros, mas há uma taxa de administração, que é cobrada pela empresa responsável por gerenciar o patrimônio formado pelo grupo.

Além disso, no financiamento você já pode retirar o bem após a assinatura do contrato. Já no consórcio, você precisa ser sorteado(a) para receber a carta de crédito ou dar um lance maior do que o dos demais participantes para ser contemplado(a).

Taxas de juros cobradas

A taxa de juros de um financiamento pode variar conforme uma série de critérios. Entre eles estão a taxa básica de juros (SELIC), o perfil da pessoa que pretende adquirir o bem financiado e o prazo da operação.

Nesse sentido, em tempos de SELIC alta, os juros de um financiamento tendem a ser maiores, o que fará com que o valor final do bem seja mais elevado.

Pessoas com o nome sujo ou que possuam alguma restrição também podem ter mais dificuldade em fazer um financiamento com juros baixos.

Já no caso do consórcio, é importante lembrar que não há juros, mas a empresa que administra o consórcio pode cobrar uma taxa de administração que, no geral, é bem mais baixa do que os juros de um financiamento.

Formas de pagamento

Em ambos os casos, a forma de pagamento é semelhante, pois ocorre via boleto bancário. Assim, todo mês você precisará pagar a parcela do seu consórcio ou financiamento, sendo que, em alguns casos, é possível que a parcela seja paga via débito em conta.

Empresas responsáveis

Bancos e financeiras costumam oferecer consórcios e financiamentos a seus clientes. Nesse sentido, podemos destacar algumas dessas empresas:

  • Banco do Brasil;
  • Santander;
  • Embracon;
  • Porto Seguro;
  • Caixa Seguradora;
  • BV Financeira.

Financiamento

O financiamento pode ser entendido como um tipo de empréstimo, porém voltado especificamente para a compra de um bem.

Por conta disso, é possível obter taxas de juros mais baixas do que a dos empréstimos tradicionais, além de prazos maiores para o pagamento.

Quem opta por um financiamento, em muitos casos, pode ser surpreendido com a necessidade de pagar uma entrada nessa operação. No caso do financiamento de imóveis, por exemplo, essa entrada pode ser a partir de 20% do valor do imóvel.

Além disso, outras taxas e tributos podem ser acrescidos ao valor do financiamento, além dos juros, o que acaba tornando a operação mais cara e, consequentemente, menos vantajosa do que a compra à vista.

Todavia, o financiamento permite que você estenda o pagamento da dívida por um longo período, o que pode reduzir o valor das prestações, permitindo um menor impacto em seu orçamento.

Vantagens do financiamento:

  • Prazos mais longos de pagamento (pode chegar a 35 anos no financiamento imobiliário ou até 5 anos no caso de veículos);
  • O bem pode ser retirado de imediato;
  • Taxas de juros mais baixas do que em algumas linhas de crédito;
  • É possível usar o saldo do FGTS (Fundo de Garantia de Tempo de Serviço) para abater parte do valor financiado na compra de um imóvel.

Desvantagens do financiamento:

  • Pode exigir um valor mínimo de entrada (principalmente no caso de imóveis);
  • Gera um endividamento de longo prazo;
  • Os juros podem fazer com que o valor pago pelo bem seja muito maior do que aquilo que ele realmente vale;
  • Tarifas e taxas extras podem encarecer o Custo Efetivo Total (CET) da operação.

Para quem é indicado?

Por conta de suas características, o financiamento é indicado para aquelas pessoas que não podem esperar muito tempo para realizar o seu sonho de consumo, mas que não possuem o dinheiro disponível para o pagamento à vista.

Consórcio

O consórcio é um modelo que funciona de uma forma completamente diferente do financiamento. Isso porque um consórcio é formado por um grupo de pessoas interessadas em adquirir um determinado bem e que se unem para permitir que isso aconteça.

Nesse sentido, cada integrante do grupo pagará uma parcela mensal de modo que um ou mais deles possa ser contemplado com a carta de crédito a cada mês, o que permitirá a compra do bem pretendido.

Por conta disso, o consórcio é mais indicado para pessoas que não têm pressa nessa aquisição ou que desejam fugir dos juros do financiamento.

Veja aqui também fundo de reserva no consórcio: o que é e para que serve?

Vantagens do consórcio:

  • Por não ter juros, o valor das parcelas e o total a ser pago é menor do que no financiamento;
  • É possível desistir de um consórcio e ter o dinheiro de volta, mas com algumas condições;
  • Não é exigida entrada.

Desvantagens do consórcio

  • Não existe uma garantia de quando você irá receber a carta de crédito, pois isso depende da sorte;
  • Apesar de não ter juros, são cobradas taxas de administração, que podem acabar elevando bastante o valor da parcela;
  • No caso de desistência, a administradora pode cobrar taxas e multas sobre o valor já pago;
  • Os prazos de pagamento costumam ser menores do que os do financiamento.

Para quem é indicado?

O consórcio é um meio de pagamento bastante indicado para aquelas pessoas que têm paciência e que podem esperar para obter um determinado bem, como um carro ou uma casa.

Nesse sentido, quem resolve participar de um consórcio deve ter em mente que pode ser o primeiro a ser contemplado, mas que também pode ser o último. Tudo depende da sorte.

Apesar de ser possível dar um lance para tentar antecipar a sua contemplação, isso também não é garantido, pode ser que outra pessoa no consórcio cubra o seu lance e fique com a carta de crédito.

Quais cuidados devo ter antes de contratar um consórcio? E um financiamento?

Assim como em qualquer operação que envolva dinheiro, quem opta por contratar um consórcio ou financiamento precisa ter alguns cuidados para não cair em golpes ou mesmo sofrer prejuízos em virtude de não ter lido o contrato antes de assiná-lo.

Nesse sentido, para quem opta por um consórcio, o primeiro cuidado é verificar se a empresa responsável pela administração é registrada no Banco Central do Brasil e se segue todas as regras aplicáveis a esse mercado.

Além disso, o consumidor deve tomar alguns outros cuidados antes de fechar um consórcio, tais como:

  • Verificar o prazo de duração;
  • Ler atentamente o contrato de adesão;
  • Buscar conhecer os seus direitos e deveres enquanto integrante do consórcio;
  • Verificar se o patrimônio da administradora é separado do patrimônio formado pelos participantes do consórcio;
  • Ter cuidado com ofertas mirabolantes ou que oferecem vantagens fora do comum, pois podem ser golpes;
  • Acompanhar as assembleias gerais e as contemplações que ocorrem mensalmente; e
  • Manter os seus dados cadastrais atualizados junto à administradora.

No caso do financiamento, alguns cuidados também devem ser tomados pelo consumidor para que você possa realizar seu sonho sem ter dores de cabeça no futuro. Entre esses cuidados, os mais importantes são:

  • Conferir as taxas, juros e tributos cobrados no contrato, bem como o Custo Efetivo Total da operação;
  • Ler o contrato e conferir a data de entrega do bem;
  • Ter cuidado com ofertas muito fora da realidade ou com condições que não são comuns, pois isso pode ser um golpe;
  • Considere que o financiamento é uma dívida de longo prazo e inclua-o em seus gastos mensais antes de fechar o contrato para saber se a parcela não irá te apertar.

Consórcio ou financiamento: qual escolher?

Após conhecer as características, vantagens e desvantagens dessas duas formas de pagamento, podemos dizer que não existe uma escolha certa entre consórcio ou financiamento.

Na realidade, a opção por um ou por outro depende de uma série de fatores pessoais.

Logo, cabe a você colocar os prós e contras em uma balança e analisar qual das opções melhor te atende neste momento.

Caso a sua necessidade de adquirir um bem seja urgente, então o financiamento pode ser a melhor alternativa, mesmo que, para isso, você acabe pagando um pouco mais caro.

Já se não houver pressa ou se você pode esperar para realizar esse sonho, o consórcio é uma melhor pedida, visto que não tem juros e o custo final do bem, na maioria das vezes, pode sair mais baixo.

Ainda tem alguma dúvida sobre consórcio ou financiamento? Escreva para a gente aqui nos comentários e conte com o Plusdin se precisar de ajuda para saber mais sobre eles.